sábado, 2 de agosto de 2008

Sem nome…




Eu a esperar-te. O tempo a passar lento. Demoramos. As mesas vazias. O café vazio. Eu a esperar-te. Eu a imaginar-te. Tu a chegares. Tu a chegares. Tu a caminhares. Tu a sorrires. Tu a murmurares. Desculpa – estou atrasada! O tempo a começar a andar. Tu a ficares próxima. Eu a admirar-te. Tu a sorrires. Espécie de sol na minha vida. Eu a olhar-te. O tempo a andar mais depressa. Eu a querer-te. Tu nem por isso. O sol nos teus olhos. Eu a querer apanhar o sol. Tu quase a partires. O tempo a correr. Tu a saíres pela porta. Eu parado. O tempo que voa agora. Foste embora de novo. Eu a tropeçar na saudade. O sol a esconder-se. Eu a descer a rua ao contrário. Tu para norte. Eu para sul. Eu a querer-te. Tu nem por isso. Eu num café numa cidade qualquer. Uma mesa qualquer. Uma chávena vazia. A mesa vazia. Eu vazio. Um vazio imenso. Um silêncio imenso. Eu vazio de ti. Eu a esperar-te de novo. O tempo a passar lento outra vez. Eu a perder a vez. O sol a ir também. A noite em mim. O silêncio que chega. Eu a esperar-te ainda. A não dizer que te amo. O amor adiado. Eu a querer-te. Tu nem por isso.

João marinheiro 02/08/08

8 comentários:

Sónia disse...

O amor adiado, uma vez mais.O calar de sentimentos gritantes...a escrita que corta o respirar de tanto sentir...o falar de amor, o sentir sem fim...Lindo!!!

Maria disse...

A cadência ritmada das tuas palavras. Sempre o amor, aqui.
Tu, intenso...

Um abraço, por isso...

Pearl disse...

Marinheiro amas!? parece me que sim, quando assim é, o tempo de um pode não ser o tempo do outro, só têm que se encontrar no mesmo tempo, no mesmo compasso...quando é possivel...

beijinho

(linko-te)

Claudia disse...

bonitas palavras...

beijo sem ir embora

abelhaferrona disse...

Faço minhas as tuas palavras. Sempre que te leio, parece que estou a escrever o que sinto, o que me acontece.
Almas gémeas????? Não, claro que não, disparate da Ana, mais um.
Desculpa, mas não posso ler-te sem que as lágrimas caiam, é incrivel como dois seres pensarem da mesma maneira. Um tem a coragem de expôr os seus sentimentos, o outro ser esconde-os.
Perdoa João, por chamar-te pelo teu nome ou pelo nome que assinas, perdoa também pelo desabafo mas foi mais forte do que eu.
Ana

Iveta disse...

sempre que te leio, descobro que nao quero parar de ler!
um beijo de mar que nao termina...

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

eu a querer-te..tu nem por isso.

será?

bela prosa poética.

beij

Bruxinha disse...

Está altamente!
Um dia ainda me convenço a ler algumas folhas que alguém há muito me deu... mas que ficaram esquecidas no fundo de uma gaveta qualquer....