E agora?
Que faço eu senão misturar o poeta no homem e vice-versa a tentar por todos os meios demonstrar o indemonstrável porque está latente. Escrevo porque sinto. Gostei tanto das palavras de Eugénio que trouxeste:
...E de súbito desaba o silêncio.
É um silêncio sem ti,
sem álamos,sem luas.
Só nas minhas mãos
ouço a música das tuas...
Sabes que gosto das tuas mãos. Sabes, porque as acho preciosas, tu discordas comigo do gosto meu, mas sou assim de gostos estranhos ou simples. As mãos dizem tanto, a linha da vida, a sina, o ser e o não ser. As mãos são mapas que nos levam por dentro de nós. É isso que quero falar hoje nesta carta. Falar de nós. Sei lá se consigo.
Hoje quero nestas letras que envio, falar de nós, acho. Porque é tempo de falar de nós. Do tanto que temos ainda por dizer e descobrir da magia que agora se manifesta.
Tu és mágica sabes!
Pareço um puto a escrever bilhetinhos de amor. Mas o amor não tem idade, é velho como o tempo e jovem como o nascer do sol…