domingo, 6 de maio de 2007

Lembra de mim...



…Hoje soube de ti. Coisa breve. Um relâmpago da memória. Não és uma história inventada. Invento a tua ausência para te sentir próxima, isso invento, porque não te posso ter por perto. Mas também não tem importância, isso. Assim posso criar a tal obra do artista, uma espécie de escultura perpétua no tempo. Chamo-te de minha deusa. Parece uma coisa pagã. Minha deusa. Mas não é. Não sei ainda é outro nome para denominar esta escultura. Dou-me conta que não precisas de ser real. Dou-me conta que não precisas de ter um corpo físico belo e perfeito. Preciso só que existas em mim. A minha criação de artista e assim posso dedicar-te os meus pensamentos, as minhas palavras, a minha admiração silenciosa. O meu querer, quando fecho os olhos na esperança que chegues e me faças uma festa no cabelo, ou me brindes com o teu sorriso maravilhoso, ou me olhes de olhos nos olhos. O teu olhar que mais parece o sol.
Perdoa-me o não olhar-te de frente, de olhos nos olhos, é que o sol é muito forte e a minha vista já começa a dar sinais de fadiga, tenho que a proteger com uns óculos grandes, escuros, para que tu ao fitares-me, não possas ler e assim saberes o que o meu olhar revela e eu por timidez não tenho a coragem de te falar.
Escrevo-te. É outra forma de te falar….

Divagação de ti, excerto

Nenhum comentário: