Resta-nos ainda a memória
agora que este ano cansado se despede em
tempo cronometrado ao milionésimo de segundo preciso...
Separa-nos uma linha invisível
Um traço leve a delimitar o contorno dos lábios
Vermelhos rubro cereja
Os teus
Onde brota o néctar de
deuses desejado.
Separa-nos uma linha invisível,
Silhueta do teu corpo em contra luz no entardecer
Que afago de memória
O sabor dos bicos hirtos e o redondo dos seios arrepiados
A memória na ponta dos dedos
A língua saboreando-te o sabor de quase mel a que sabes
Sentir esse mel na pele, a língua volteando os sabores a
prolongar o tempo...hum
Redimido de pudores...
Sem dúvida um marinheiro conquistador serei hoje
Em que te confesso as ousadias da imaginação presa.
Separa-nos uma linha leve e invisível
A transparência do vidro frio
Onde as minhas mãos escorregam impotentes sem poderem
agarrar-te
E eu caio a todo o comprimento desta cortina
Desamparado.
João Marinheiro Ineditos, Dezembro de 2012
Fotografia de Seven- www.olhares.com
Um comentário:
Do doce mel que provei, das doces madrugadas que te encontrei de frente para o mar!
Alvoradas de sonhos,descobrindo os gestos perfumados que me invadem, nesta pequena dimensão do teu olhar, do beijo doce de mel que mal me perfuma a alma e me transcende a mente...sou como tu...perfume suprimido do mel que evapora nos teus lábios quentes, relutantes de querer.
Não caias enquanto não te agarro, não chores, enquanto não te amparo!!! Do meu eterno néctar sonhado, na linha invisível que nos separa, não ouso esquecer o quanto mais nos une...
Não te deixes cair agora!!!
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